"Mais tarde ficou claro como o dia que o paraíso não existia, e que, portanto os entusiastas eram assassinos..."
- Quando se percebe que a realidade contraria alguma idealização, o ser humano tem a tendência de colocar a culpa de suas frustrações em terceiros quando na verdade nós é que nos iludimos e fantasiamos. Eu, você, cada um é o entusiasta de sua vida, embelezamos ela enchemos de lírios e acordes ou nos deparamos com flores murchas e sons desafinados. Será que temos um meio termo O.o'? Isso me lembrou uma passagem de Kundera:
"Parece que existe no cérebro uma parte específica que poderíamos chamar memória poética que registra o que nos encantou, o que nos comoveu, o que dá beleza à nossa vida..."
- Esta justa parte que deixamos tomar conta do inteiro é a culpa desse assassinato, sob uma perspectiva existencialista passamos a ter comprometimento, passamos a dar razão de ser a vida. Mas com isso criamos raízes para que em um futuro não muito longínquo estas sejam arrancadas sem nenhuma misericórdia. Assim não seria melhor viver com a leveza de não se comprometer nem se engajar com situações quaisquer, nos impor a lucidez? Não sei, por um lado isso me parece despir de mais o sentido da vida indo um grau acima de comprometimento com uma liberdade egocêntrica.
- Ao fim esta vida que pulsa em mim irá preferir iludir-se deixando ser surpreendida pelas peripécias alheias ou se encontrara em um estado tão perplexo de lucidez se descobrindo um ser frio e demasiado calculista? Talvez uma terceira opção? Alguma outra saída? Ou então brincar em uma montanha russa entre nuvens de algodão e uma potencial chuva ácida?
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